Com o objetivo de auxiliar aos estudantes na elaboração do TCC, publico o meu próprio TCC no qual recebi nota 9,5.
Algumas dicas:
- Concentre o tema , nunca adote um tema muito amplo, o título será a guia de todo o trabalho. Por exemplo se você pretende falar de reciclagem escolha um tema dentro do assunto "reciclagem" que limite o seu trabalho possibilitando uma explanação substancial. por exemplo : A reciclagem de latas de alumínio na cidade do Rio de Janeiro. Perceba que o tema está limitado a um tipo de reciclagem em uma cidade.
- Todos os termos e afirmações precisam obrigatoriamente de embasamento teórico, ou seja, se o seu título for reciclagem de latas de alumínio na cidade do Rio de Janeiro será necessário encontrar trabalhos anteriores já publicados que definam primeiramente o que é reciclagem, depois o que é lata de alumínio. Se você afirmar que a reciclagem de latas de alumínio é a mais lucrativa e fácil, precisará encontrar essa afirmação em algum trabalho ou em vários trabalhos de fonte catedrática que dê embasamento a sua afirmação, e anexe em forma de citação o trecho que deixe clara a afirmação ou a definição, caso contrário de nada vale a afirmação, de forma que nenhum termo ou afirmação fique sem embasamento teórico.
- Observe as normas da ABNT para a elaboração do seu TCC , que você também encontra disponível aqui no nosso Blog.
- Leia outros Trabalhos já concluídos , isso ajudará a entender a essência de um TCC
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
LOGÍSTICA REVERSA E COLETA SELETIVA
RICARDO DA FONTE ALCANTARA
RIO DE JANEIRO
DEZEMBRO , 2013
RICARDO DA FONTE ALCANTARA
LOGÍSTICA REVERSA E COLETA SELETIVA
Trabalho apresentado à Universidade
Estácio de Sá como requisito parcial para obtenção de grau de Bacharel em
Administração.
Orientadora : Claudia Márcia Pereira Loureiro
RIO DE JANEIRO
DEZEMBRO, 2013
RICARDO DA FONTE ALCANTARA
LOGÍSTICA REVERSA E COLETA SELETIVA
Trabalho apresentado à Universidade
Estácio de Sá como requisito parcial para obtenção de grau de Bacharel em
Administração.
Aprovado em ___/___/___
Examinador:
________________________________________________________
Claudia Márcia Pereira Loureiro
Universidade Estácio de Sá
RIO DE JANEIRO
DEZEMBRO , 2013
RESUMO
Este artigo tem como finalidade fazer
uma explanação sobre o assunto logística reversa, apresentando o seu conceito a
sua história e a sua importância para a sociedade contemporânea que necessita
proteger o meio ambiente tendo em vista o enorme potencial econômico da
reciclagem de matérias primas contidas em produtos que já tenham a sua vida
útil esgotada e em embalagens vazias descartadas, identificando a adoção da
prática da coleta seletiva domiciliar principalmente nos grandes centros
urbanos como principal ferramenta para viabilizá-la, por tratar-se de uma
atividade economicamente viável além de instrumento de inclusão social.
Palavras-chave: Logística reversa, reciclagem, coleta seletiva
INTRODUÇÃO
O tema será abordado de forma a
demonstrar que o problema “lixo urbano” é também uma fonte de riquezas e
conseqüentemente uma solução para um problema que assola todos os grandes
centros urbanos que é a necessidade de inclusão social e econômica de cidadãos
que se encontram em estado de abandono e desemprego.
A logística já
era uma ferramenta utilizada par manter canais de suprimentos de materiais e
informações desde os tempos antigos durantes as guerras, porém a logística
reversa compreende exatamente o retorno dos materiais aos seus pontos de origem.
Esse processo passou a ter importância a nível mundial a partir do momento que
os produtos passaram a ser mais descartáveis, tanto pela sua obsolescência
quanto por fatores diversos como modismos e necessidade de baixos preços o que
passou a gerar produtos de vida útil menor.
Com o aumento substancial das vendas e do consumo, o que é em última
análise o triunfo do sistema capitalista e da sociedade de consumo, os volumes
de produtos com a sua vida útil esgotada e embalagens que são descartadas
diariamente em todos os centros urbanos alcançaram níveis alarmantes requerendo
vastas áreas destinadas a lixões e aterros sanitários, o que suscitou em toda a
sociedade dúvidas sobre os problemas que esta prática causará para o meio
ambiente no futuro. Legislações específicas de proteção ao meio ambiente surgem
e várias atividades são enquadradas como geradoras de resíduos sólidos e por
isso são por eles responsáveis, inclusive o próprio consumo.
Retornar com as matérias primas para a cadeia produtiva é a solução. A reciclagem é a principal ferramenta para a
reintrodução de matérias primas resgatadas de produtos descartados ou
embalagens vazias, e é uma fonte de geração de receita, além de uma forma de
economia de energia. Compreende-se por reciclar
“produzir um artigo com a mesma matéria prima” ou seja, a matéria prima
encontrada no produto descartado será totalmente reutilizada em um novo produto
mantendo as suas características originais.
As matérias primas em questão são
também os poluentes do meio ambiente como plásticos, alumínio, papel, borracha.
Será demonstrado que destes poluentes é possível gerar receitas e empregos. A
reciclagem surge como uma nova indústria ávida por mão-de-obra que depende
diretamente da atividade da coleta seletiva na qual milhares de trabalhadores
até então vivendo na informalidade poderão ser absorvidos por cooperativas e
empresas especializadas.
A estrutura residencial das grandes
metrópoles é composta basicamente por condomínios por isso será dado um foco
especial a implantação de coleta seletiva em condomínios residenciais o que
levanta o problema da necessidade de engajamento de todos os condôminos
elevando a discussão do problema ao nível da sociologia e ao estudo da
solidariedade social que em suma acaba por sintetizar a fonte de todos os
problemas relacionados a própria degradação do meio ambiente em virtude da ação
humana.
HISTÓRICO
A logística tradicional é algo herdado da antiguidade, era utilizada
basicamente nas guerras, onde a competência no gerenciamento dos fluxos de
materiais e informações tratava-se de uma questão de vida ou morte. A logística
reversa é um termo criado baseado nas funções da logística, pois trata-se
também do gerenciamento do fluxo de materiais e informações, com a
peculiaridade de ter início exatamente no fim da vida útil do produto.
O termo
logística reversa não possui uma definição ‘universal’. É considerado bastante
apropriado o conceito apresentado pelo Reverse Logistics Executive Council(RLEC),
que define
a logística reversa como:
Processo do planejamento, implementação e controle da eficiência
e custo do fluxo de matérias primas, estoques em processo, produtos acabados e
as informações correlacionadas do ponto do consumo ao ponto de origem com o
propósito de recapturar valor ou adequar o seu destino. (1999,Rogers e
Tibben-Lembke, apud LEITE,2002, p.1).
A boa gestão da logística reversa é
importante fonte de vantagens competitivas, pois as operações de pós-venda
tornaram-se cada vez mais importantes para as organizações, tanto no que se
refere a confiabilidade dos seus produtos, nos casos de trocas, peças de
reposição , quanto para a imagem corporativa no tocante ao cuidado com o meio
ambiente e consciência ecológica
“As empresas e a
sociedade passaram a dar atenção especial para este tema, tendo em vista a vantagem
competitiva. (1998,STOCK; ROGERS;apud, LEITE, 2002)
Segundo Paulo Roberto Leite a
logística reversa divide-se em dois grandes grupos que são: logística reversa
dos bens de pós venda que se refere ao retorno de produtos oriundos de
devolução por defeitos de fabricação para que sejam reparados e devolvidos ao
mercado e, a abordada nesse trabalho: logística reversa dos bens de pós consumo
que trata do retorno à cadeia produtiva das matérias primas dos produtos que já
esgotaram a sua vida útil.
Denominaremos
de Logística Reversa de Pós – Consumo à área de atuação da Logística Reversa
que igualmente equaciona e operacionaliza o fluxo físico e as informações
correspondentes de bens de pós – consumo descartados pela sociedade em geral
que retornam ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo através de canais de
distribuição reversos específicos. Constituem-se bens de pós-consumo os
produtos em fim de vida útil ou usados com possibilidade de utilização e os
resíduos industriais em geral. Seu objetivo estratégico é o de agregar valor a
um produto logístico constituído por bens inservíveis ao proprietário original,
ou que ainda possuam condições de utilização, por produtos descartados por
terem atingido o fim de vida útil e por resíduos industriais. Estes produtos de
pós-consumo poderão se originar de bens duráveis ou descartáveis e fluírem por
canais reversos de Reuso, Desmanche, Reciclagem até a destinação final. (LEITE,2002,p.3)
O antigo hábito de devolver o
vasilhame de vidro vazio na compra de refrigerantes ou cerveja, a troca do
extintor de incêndio vencido pelo novo, a entrega da bateria de carro usada na
hora da compra de uma nova, são exemplos de logística reversa.
“Trazer os produtos e resíduos de
produtos de volta para a empresa é um ato bastante antigo, apesar de sua
concepção como“Logística Reversa”ser relativamente recente” (GUZZO, 2010, p.2)
Este campo da administração,
contudo, só veio a ter maior atenção por parte das empresas com o aumento das atividades que envolviam a
logística reversa e conseqüente aumento da importância de uma abordagem técnica
dos processos envolvidos.
“A conceituação mais antiga de
logística reversa foi estabelecida na década de 70, com o objetivo de atender
às necessidades de recolhimento de materiais devido ao pós-consumo e pós-venda.” ( ZIKMUND 2005,apud GUZZO 2010 p.3.)
O
foco principal era a possibilidade de aumento de ganhos econômicos associados a
reciclagem de matérias primas e a
preservação do meio ambiente, mas à partir dos anos 90 a importância da
logística reversa aumentou significativamente em função de novas legislações
ambientais e aumento de órgãos fiscalizadores, aumentando a possibilidade de
perdas econômicas para as empresas .
Nos anos 90, de acordo com Chaves e Martins (2005), surgiram novas
abordagens sobre o assunto, onde o mesmo teve um
aumento significativo em
sua importância, tendo o apoio da legislação e dos órgãos
fiscalizadores. No
ponto de vista empresarial destacaram-se as preocupações quanto às perdas
que estas mudanças poderiam causar as organizações.(GUZZO, 2010,p.2)
Como destaca Guzzo (2010)
com a globalização e a alta competitividade do mercado, houve um aumento
significativo do volume e variedade de produtos com preço reduzido e
obsolescência acelerada, aliado a fatores como modismos, status e constantes
avanços tecnológicos, fez aumentar de forma considerável a quantidade de
produtos descartados aumentando as áreas destinadas a aterros sanitários e
lixões e os conseqüentes questionamentos da população sobre os problemas
causados por eles.
A
problemática criada pelos fatores que envolvem a dinâmica das relações de
produção e consumo da sociedade atual em âmbito mundial, onde para se produzir
e vender mais e ter competitividade para manter-se no mercado é preciso
inovação constante, preços competitivos e rotatividade de vendas, gerando cada
vez mais lixo e poluição, por muito tempo foi negligenciada e tratada como
simples conseqüência da atividade produtiva, porém o aumento das pressões da
sociedade para a solução dos problemas causados e a necessidade de manutenção
do meio ambiente levaram a criação de legislações próprias e ao surgimento da
logística reversa como a conhecemos atualmente.
Visando responder os
questionamentos da população quanto o destino de todo esse “lixo” e ainda assim
atendendo todas suas necessidades de consumo e reparo de itens problemáticos,
assim como as preocupações das organizações a respeito de quanto se gastaria
para solucionar o problema, e ainda cuidando do meio ambiente em conformidade
com as exigências legislativas, surgiu a logística reversa como conhecemos
hoje, que como o próprio nome diz, tem como objetivo fazer o caminho inverso na
Cadeia de Suprimentos, ou seja, fazer retornar à origem os produtos sem utilidade
para o mercado, as embalagens e todo o tipo de material não orgânico produzido
pela empresa, possibilitando ainda sua reutilização, reciclagem ou descarte
apropriado, reduzindo ao máximo a agressão ao meio ambiente. (GUZZO, 2010,p.3)
São
exemplos de bens a serem recolhidos para descartes: baterias de celulares,
baterias automobilísticas, pilhas e produtos que possuam similaridade a
radioatividade. Materiais como garrafas PET, embalagens plásticas, papelão,
alumínio, óleos lubrificantes, são exemplos de materiais recolhidos para
reciclagem, peças de automóveis, eletrodomésticos são enquadradas em de
manutenção onde essas podem ser vendidas a estabelecimentos que trabalhem com
peças de segunda mão.A lei n ° 12.305, DE 2 de Agosto de 2010 que institui
a Política Nacional de Resíduos Sólidos cria a responsabilidade compartilhada,
e em seu capítulo II , nas definições no art. 3º ,consta:“I - acordo setorial: ato de natureza contratual firmado
entre o poder público e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes,
tendo em vista a implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de
vida do produto”.( MINISTÉRIO DO
MEIO AMBIENTE, 2010)
A importância da logística reversa agiganta-se com essa nova
variável legal, na qual as responsabilidades pelos danos causados ao meio
ambiente, por um produto após a sua vida útil, ou sua embalagem, recairão
diretamente sobre o seu fabricante ou importador.
Mas como resgatar e separar os diversos materiais de
forma que possam ser direcionados de volta à cadeia produtiva de forma
economicamente viável? É para dar solução a esse problema que a coleta seletiva,
sobretudo domiciliar, tendo em vista que os produtos de uso doméstico
representam a maior fonte de geração de resíduos gerados pelo consumo, surge
como melhor opção, abrindo espaço para a inclusão no mercado formal de trabalho
de milhares de trabalhadores que já atuam na atividade em caráter informal.
CONCEITO
São diversos os
conceitos de logística reversa, segundo o Ministério do meio ambiente a
logística reversa é uma ferramenta diretamente ligada ao desenvolvimento
econômico e social.
A logística reversa é "instrumento de desenvolvimento
econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e
meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao
setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos
produtivos, ou outra destinação. (lei nº 12,305de 02/08/2010)
Mas há uma definição mais comercial da logística
reversa, uma visão somente voltada para o lucro e para a praticidade.
Logística Reversa ou Inversa - No mercado é considerada como o caminho que a embalagem
toma após a entrega dos materiais, no sentido da reciclagem das mesmas. Nunca
voltando para a origem. Muitos profissionais também utilizam esta expressão
para considerar o caminho inverso feito para a entrega, voltando para a origem,
só que agora somente com as embalagens. Neste caso, tratam-se de embalagens
reutilizáveis ou retornáveis, que são mais caras e específicas / próprias para
acondicionar determinados materiais. (SOUSA,2010)
Onde percebe-se uma clara preocupação com o aspecto econômico de uma
atividade voltada para o “ rastreamento” e acompanhamento do material, ou da
matéria prima intrínseca na embalagem.
Nunca há preocupação na possível ameaça ao meio ambiente ou à natureza
que a embalagem possa representar ou qualquer menção a uma função social da
atividade. Já a definição, considerada por muitos como a mais aceita, mescla o
objetivo comercial com o cuidado com o meio ambiente.
“Logística
Reversa - O processo de movimentação de produtos de seu típico
destino final para um outro local para fins de elevar o valor ora indisponível,
ou para a adequada disposição dos produtos “
( REVERSE LOGISTICS EXECUTUVE COUNCIL, apud, SOUZA, 2010)
As
leis ambientais que surgiram com a política nacional de resíduos sólidos, além
da necessidade da manutenção das imagens corporativas junto às massas
consumidoras, revestem a, até então, atividade meramente administrativa da logística
reversa com um caráter de obrigatoriedade, que está diretamente ligado à
obrigação moral e legal da empresa de reparar ou impedir qualquer prejuízo à
natureza ou ao meio ambiente que os seus produtos ou as embalagens dos mesmos
possam vir a causar depois de descartados.
“A Logística
Reversa (LR) ganha espaço cada vez maior no debate sobre gestão ambiental.
Trata-se da responsabilização das empresas em relação aos produtos pós-consumo,
assegurando que estes sejam recolhidos e encaminhados para reaproveitamento ou
destinação segura” . (DEMAJOROVIC, et al
2012.)
A
ferramenta mais viável economicamente para por em prática a logística reversa
dos bens de pós consumo é sem dúvida a implantação da coleta seletiva do lixo
domiciliar sobretudo nos grandes centros urbanos, tanto pela eficiência no que
tange ao montante de material reciclável a efetivamente retornar à cadeia
produtiva, quanto pelo potencial de inclusão social que a atividade possui. A lei que institui a Política
Nacional de Resíduos Sólidos define Coleta Seletiva como: Coleta de Resíduos sólidos previamente
segregados conforme sua constituição ou composição. (lei nº 12,305 de 2 de
agosto de 2010)
OS TIPOS DE
LOGÍSTICA REVERSA
Segundo Leite (2002) a logística reversa divide-se em dois grandes
grupos: a logística reversa do pós venda e a logística reversa do pós consumo. A logística reversa do pós venda está ligada
aos processos de operacionalização do retorno dos produtos sem uso ou com pouco
uso para os meios de distribuição por motivos diversos como por exemplo
defeitos.
Logística reversa do pós venda
Refere-se à solução dos problemas logísticos relacionados ao retorno de
produtos para o fabricante por motivos relativos à defeitos de fabricação, como
por exemplo trocas de aparelhos defeituosos que ainda estão na garantia.
Denominaremos
de Logística Reversa de Pós – Venda a específica área de atuação que se ocupa
do equacionamento e operacionalização do fluxo físico e das informações
logísticas correspondentes de bens de pós – venda, sem uso ou com pouco uso,
que por diferentes motivos retornam aos diferentes elos da cadeia de
distribuição direta, que se constituem de uma parte dos Canais Reversos pelo
qual fluem estes produtos. (LEITE, 2002)
Logística reversa
do pós consumo
O segundo grupo, é a logística reversa do pós-consumo,
refere-se ao destino dos produtos após terem a sua vida útil esgotada e com
possibilidade de utilização e as
embalagens vazias que são descartadas pelo consumidor após o consumo do
produto.
“Constituem-se
bens de pós-consumo os produtos em fim de vida útil ou usados com possibilidade
de utilização e os resíduos industriais em geral. Seu objetivo estratégico é o
de agregar valor a um produto logístico constituído por bens inservíveis ao
proprietário original, ou que ainda possuam condições de utilização, por
produtos descartados por terem atingido o fim de vida útil e por resíduos
industriais. Estes produtos de pós-consumo poderão se originar de bens duráveis
ou descartáveis e fluírem por canais reversos de Reuso, Desmanche, Reciclagem
até a destinação final.”( LEITE, 2002)
Trata do equacionamento das questões que envolvem o fluxo de
materiais e informações referentes aos bens de pós consumo, descartados pela
sociedade e que retornam ao ciclo de negócios através de canais de distribuição
reversos específicos, neste caso segundo Leite (2002) a logística reversa do pós consumo desdobra-se em dois grupos: o
dos bens duráveis e o dos bens descartáveis, cujo está sendo enfocado neste
trabalho, neste grupo destaca-se a necessidade da existência de condições logísticas e econômicas para que voltem
através do canal reverso da reciclagem industrial para a cadeia produtiva, onde
os materiais constituintes serão reaproveitados e utilizados como matérias
primas secundárias que retornarão ao mercado correspondente, ou no caso de não haver
tais condições serão destinados ao destino final: aterros sanitários ou
incineração e a principal ferramenta para viabilizar esse fluxo é a coleta
seletiva .
COLETA SELETIVA E A PNRS (Política
Nacional de Resíduos Sólidos)
A lei n ° 12,305, DE 2 de Agosto de 2010 que
institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos define Coleta Seletiva
como: Coleta de Resíduos sólidos
previamente segregados conforme sua constituição ou composição. A coleta seletiva domiciliar surge como principal
ferramenta para viabilizar o processo de logística reversa e importante
instrumento de inclusão social previsto em lei.
“A política
Nacional de Resíduos Sólidos em seu Cap. II DOS PRINCÍPIOS E OBJETIVOS Art. 6
Inciso VIII Dispõe : “ O reconhecimento
do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor
social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania “(lei nº 12,305 de
02 de agosto de 2010)
Geradores de resíduos
sólidos
Grandes concentrações residenciais dos
grandes centros urbanos, os condomínios são grandes geradores de resíduos
sólidos via consumo e, portanto foco principal deste trabalho.A Política
Nacional de Resíduos Sólidos define Geradores de resíduos sólidos como: “Pessoas
físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, que gerem resíduos sólidos
por meio de suas atividades, nelas incluindo o consumo. (lei nº 12,305 de 02 de agosto de 2010)
A nova legislação ambiental brasileira atribui
a toda a sociedade a responsabilidade pela preservação do meio ambiente e impõe
o empenho de todos: Empresários, consumidores e governo, neste sentido.
O fim dos lixões
A política Nacional de Resíduos Sólidos
lei 12.305 de 2 de agosto de 2010 em seu capítulo VI – Das Proibições – Art. 47
– inciso II – Proíbe os chamados “
Lixões “ à partir de 2014. e determina que os estados e municípios
apresentem os planos de gestão de resíduos sólidos que entre as suas principais
diretrizes figuram a Coleta seletiva e a Reciclagem. É neste contexto que a participação
e o engajamento de todos os moradores dos condomínios nos programas de coleta
seletiva apresenta-se como elemento fundamental para a implantação das
políticas de gestão dos resíduos sólidos municipais e estaduais.
A ECONOMIA DA RECICLAGEM
Calderoni, O autor do livro Os bilhões perdidos no lixo vê com otimismo
as mudanças que têm ocorrido no modelo
tradicional de gestão de resíduos sólidos. “Estamos diante de uma nova era na
área de resíduos. O lixo está longe de ser apenas resíduo, é na verdade um
conjunto de matérias-primas preciosas de alto valor econômico”. (CALDERONI,2008,
p3)
Um país populoso como o Brasil, descarta todos os dias uma montanha de
cerca de 190 mil quilos de lixo doméstico e outros 270 mil de entulhos que
poderiam gerar uma riqueza anual estimada em US$ 10 bilhões. A questão
tornou-se urgente porque os problemas começaram a pipocar, ficando impossível
ignorá-la. Mas ainda falta muito para tornar-se prioridade perante os governos.
O resultado é que a minoria dos mais de 5 mil municípios possui usinas de
reciclagem de entulhos, conhecem a coleta seletiva ou investem em aterros
sanitários. “Se tivéssemos um 'Ministério do Lixo', seria o único ministério da
República que não teria custos, seria sem dotação orçamentária”,(CALDERONI,2008)
o autor contribuiu com propostas para a Política Nacional de Resíduos Sólidos,
entre elas a do sistema de auto-declaração de empresas geradoras e
transportadoras de resíduos, que permitiria aos governos maior controle,
aproveitamento e redução do lixo gerado. Mas enfatiza que a Política precisa
ser aperfeiçoada e que a grande deficiência está na área da reciclagem, na
falta de adequação de instrumentos econômicos para assegurá-la.
Nos Estados Unidos, a reciclagem emprega diretamente meio milhão de
pessoas, o dobro do que emprega a
indústria do aço no país. O engenheiro e coordenador do Núcleo de Geotecnia
Ambiental da PUC - Rio, Tácio Mauro Campos, explica que reciclar já é uma
profissão mundial e que o lixo não é inútil. “Ao reciclarmos papel, por exemplo,
deixamos de cortar árvores e isso é favorável ao meio ambiente. Mas, além da
natureza, a ação favorece toda a economia e às próprias empresas produtoras de
papel”.
A reciclagem não afeta o lucro de empresas de produção de materiais
possivelmente recicláveis, uma vez que a durabilidade do produto não permanece
a mesma em longo prazo. “Existe um tempo para usar os materiais reciclados, não
é perpétuo”.
No caso do papel, a fibra perde a qualidade e
não pode mais ser reciclado.
O consultor da Associação Ecológica Ecomarapendi e representante da
Recicloteca do Rio, Eduardo Bernhardt, acredita que empresas do setor foram
afetadas com a reciclagem no início de tudo, mas que a realidade hoje é
diferente: “A situação hoje é reflexo de uma demanda de mercado. As empresas
responderam com vistas comerciais, mas ajudaram a melhorar não só a qualidade
ambiental, como a qualidade da consciência ambiental das pessoas também, que,
curiosas, se informaram mais sobre o assunto” BERNHARDT (2009).
A ambientalista e Presidente do
Instituto GEA Ética e Meio Ambiente, de São Paulo, Ana Maria Luz, acredita que
falta mais conscientização.
A reciclagem está presente desde
sempre na produção do papel, por exemplo. A indústria utiliza material usado na
fabricação de novos papéis no Brasil e quase ninguém sabe. “Quanto maior for o
interesse do consumidor em comprar produtos reciclados, maior será a
possibilidade de aumentar esse mercado de forma bastante positiva” LUZ (2009).
Todos os autores atentam para a viabilidade da reciclagem do lixo com
enfoque principalmente nas embalagens plásticas, pet, latas de alumínio e
papelão. No ano de 1970 o país viu-se
mais possibilitado a realizar com maior extensão a reciclagem do lixo, isso se
deu devido ao surgimento e criação de novas ferramentas e produtos que
facilitavam a realização de cada processo para a reciclagem do lixo, o que
inclui o retorno do lixo descartado para as indústrias e fabricas que
reutilizam durante a produção de determinados produtos e serviços.A partir dai surgiram vários projetos e programas de
incentivo a reciclagem do lixo procurando conscientizar a população brasileira
de como é danoso ao meio ambiente e consequentemente a todos os seres vivos
esse descarte excessivo de lixo que é realizado diariamente e que prejudica
todo o ecossistema do planeta. Atualmente o país gera por dia por volta de 195
milhões de kg de lixo o que resulta em aproximadamente 55 trilhões de Kg de
lixo por ano, valores que corresponde a cerca 1,15 kg de lixo gerado
diariamente por cada brasileiro. Por essa análise dá para ver os problemas
gerados se todo esse lixo for descartado no meio ambiente, no entanto, o país
mostra-se bastante atento a essas questões e realiza a reciclagem de grande
parte do lixo. Para se ter uma idéia são 94% de alumínio reciclado; 77% de
papelão reciclado; 50% de embalagens Longa Vida recicladas, entre outros que
resultam em grandes benefícios para o país, por exemplo, na economia da energia
elétrica durante a produção de produtos com matéria-prima reciclada..
ASPÉCTO SOCIAL DA
RECICLAGEM.
A
questão dos catadores
A política Nacional de Resíduos Sólidos em seu Cap. II DOS
PRINCÍPIOS E OBJETIVOS Art. 6 Inciso VIII
Dispõe : “ O reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável
como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor
de cidadania (lei nº 12,305 de
02 de agosto de 2010)
O tratamento do lixo nos países em
desenvolvimento obrigatoriamente contempla a questão dos catadores de materiais
recicláveis.
Hoje, no Brasil, o trabalho dos catadores,
organizados ou não, tem grande significado para as indústrias de reciclagem,
sendo calculada sua participação em cerca de 60% do que é reciclado no país.
Alimentam a cadeia dos materiais que chegam às indústrias a baixo custo e sem
encargos trabalhistas (o que ocorre também quando são cooperativados). Em
momentos de crise e baixa de preços, continuam com sua atividade de
sobrevivência, submetendo-se aos preços e às interrupções nas compras.O crescimento
da reciclagem industrial, desde o início do século XX, tem tido grande peso na
economia de países ou regiões industrializadas. ( EIGENHER,2009,P 119.)
No cenário brasileiro, um dos aspectos mais relevantes dessa questão é o
papel que milhares de catadores de resíduos desempenham diariamente. Coletam,
separam por categorias, compactam, acondicionam e comercializam os resíduos que
são descartados por nós. “Ao exercerem estas atividades, são os maiores
responsáveis pela inserção dos materiais recicláveis na cadeia produtiva da
reciclagem de resíduos, pois coletam aproximadamente 90% dos resíduos que
alimentam estas indústrias brasileiras” (MOVIMENTO NACIONAL DOS CATADORES DE
MATERIAIS RECICLÁVEIS, 2009).
No entanto, estes catadores e
catadoras, que trabalham de maneira individual nas ruas, lixões, aterros ou
organizados em cooperativas e associações, são ainda o elo mais frágil e
penalizado dessa cadeia produtiva. Presentes no cenário dos resíduos há
diversas décadas, estes profissionais vêm ampliando suas atividades na
tentativa de se fortalecerem e avançarem na cadeia produtiva da reciclagem, principalmente
por meio de organizações coletivas, quer seja no campo da produção (trabalho
associado, formação de redes de comercialização e beneficiamento dos resíduos)
ou, enquanto movimento social. “Estima-se
que exista no Brasil aproximadamente um milhão de catadores de materiais
recicláveis” (CEMPRE, 2010), sendo que mais de 13 mil estão organizados em
cooperativas, associações ou grupos informais. Isto significa que a grande
maioria dos catadores trabalha individualmente nas ruas, lixões e aterros. Em
2010 foi aprovada a PNRS – a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº
12.305;) – com diversos objetivos, dentre eles a eliminação e recuperação dos
lixões. A PNRS prevê a eliminação dos lixões associada à inclusão social e à
emancipação econômica de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis.
Estes trabalhadores não poderão simplesmente ser tolhidos de suas atividades e
expulsos dos lixões. O governo deverá incentivar a criação e o desenvolvimento
de cooperativas ou outras formas de organização coletiva de catadores de
materiais reutilizáveis e recicláveis, como previsto no art. 7 Inciso XII “
Integração dos catadores dos materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações
que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos” (lei nº 12,305 de 02 de agosto de
2010).
A PNRS também prioriza a implantação da coleta seletiva com a
participação de empreendimentos coletivos de catadores de materiais
reutilizáveis e recicláveis, formada por pessoas físicas de baixa renda. Essa é
uma alternativa para a humanização e formalização do trabalho realizado pelos
empreendimentos de catadores que poderão ser contratados para realizarem a
coleta seletiva nas cidades, como já acontece em alguns municípios
brasileiros.Mas, para que isso seja alcançado, outras atividades devem ser
realizadas de maneira articulada ao processo de sensibilização e inserção dos
catadores. Será fundamental um trabalho de conscientização e inclusão da
população na responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos e na participação
da coleta seletiva implementada nos municípios brasileiros, já que o descarte
correto dos resíduos trará o aumento da quantidade e uma melhora na qualidade
da matéria-prima a ser reciclada.
COLETA
SELETIVA
Dentre todos os países, a Alemanha é considerada o melhor
paradigma em relação ao tratamento de seu lixo. Este modelo preconiza que é
tarefa dos municípios coletarem os resíduos sólidos urbanos, tarefa que cada
município desempenha a seu modo. O recolhimento dos materiais é feito através
da coleta seletiva realizada nas casas e nos estabelecimentos comerciais, e
através de pontos de coleta – que podem ser contêineres ou caixas colocadas nas
ruas, em áreas designadas.
“A Alemanha serviu de modelo para a Comunidade Econômica
Europeia e inspirou, no Brasil, a Lei que estabelece a Política Nacional de
Resíduos Sólidos” (EIGENHER,2011) .
O nosso país, a propósito, já acumula experiência em alguns
processos de reciclagem, ocupando a primeira posição no ranking mundial
de reaproveitamento de alumínio: por volta de 94% das latinhas são recicladas.
Destaca-se igualmente na reciclagem do papelão, cujo aproveitamento chega a
77%. De embalagens Longa Vida, recicla-se por volta de 50%. A vantagem do alumínio
é que ele possui a característica de voltar a seu estado inicial, após passar
pelo processo de tratamento. Sua reciclagem economiza, em média, 95% da
eletricidade que seria utilizada na produção da primeira lata, a partir da
bauxita (mistura natural de óxidos de alumínio). Além disso, o valor da sucata
de alumínio é maior do que qualquer outro material reciclável, e crescem as
cooperativas de reciclagem de alumínio pelo país. Dentre as cidades, o
exemplo de Curitiba, no Paraná, é emblemático: “através de autarquias,
recicla-se perto de 30% da geração de resíduos sólidos domésticos da cidade”,
(CONCEIÇÃO 2011) Caminhões recolhem o lixo seco, sem restos orgânicos, para
que, desta forma, ele seja vendido a preços competitivos às indústrias de
reciclagem. É a coleta seletiva mais barata do país.
E os horizontes tendem a se expandir: “As tecnologias de
reciclagem industrial se aperfeiçoam constantemente, buscam eficiência e
controle da poluição de seus processos” (EIGENHEER,2011) .
Para viabilizar e facilitar a coleta seletiva o CONAMA
(Conselho Nacional do Meio Ambiente em sua resolução n° 275 de 25 de abril de
2001 em seu art. 1 ° estabelece o atual
código de cores para os diferentes tipos de resíduos a ser adotado na
identificação de coletores e transportadores , bem como nas campanhas
informativas para coleta seletiva.
Padrão de Cores
|
|
|
AZUL
|
Papel / papelão
|
|
VERMELHO
|
plástico
|
|
VERDE
|
vidro
|
|
AMARELO
|
metal
|
|
PRETO
|
madeira
|
|
LARANJA
|
resíduos perigosos
|
|
BRANCO
|
resíduos ambulatoriais e de
serviços de saúde
|
|
ROXO
|
resíduos radioativos
|
|
MARROM
|
resíduos orgânicos
|
|
CINZA
|
resíduo geral não reciclável
ou misturado, ou contaminado não passível de separação
|
|
|
|
|
A coleta
seletiva aqui abordada,está limitada a latas de alumínio, garrafas pet e
plásticos diversos, papelão, embalagens longa vida e vidros, pois esses
materiais constituem a maior parte do lixo reciclável doméstico gerado por
condomínios residenciais. Em ordem de valor os itens se classificam :
ITEM
|
VALOR MÉDIO
P/ KG (em 05/2013)
|
LATA DE ALUMÍNIO
|
R$ 2,72
|
GARRAFA PET
|
R$ 1,15
|
PLÁSTICO
RÍGIDO
|
R$ 0,90
|
PAPELÃO
|
R$ 0,20
|
LONGA VIDA
|
R$ 0,20
|
VIDRO INCOLOR
|
R$ 0,15
|
VIDRO
COLORIDO
|
R$ 0,09
|
Fonte CEMPRE
COLETA
SELETIVA EM CONDOMÍNIOS RESIDENCIAIS.
Os condomínios são na atualidade as células que formam o sistema
residencial das grandes metrópoles e concentram grande número de famílias e
geram grande parte dos resíduos sólidos em consequencia do consumo. A implantação do sistema de coleta seletiva
passa por treinamento do pessoal, conscientização dos condôminos além de algum
investimento como será visto em seguida.
Roteiro para a implantação de programa de
coleta seletiva em condomínios
Para a implantação de um programa de coleta seletiva em um
condomínio residencial, devem ser seguidas as seguintes etapas.
A – Planejamento
A-1. Conhecer o
lixo do local:
· Quantidade diária gerada
· De que materiais o lixo é composto e suas relativas proporções
· Qual caminho que o lixo faz: desde onde é gerado até onde é disposto para a
coleta geral.
· Identificar se há materiais já coletados separadamente, se sim, para onde são
encaminhados.
A-2. Conhecer as
características do local.
· Instalações físicas (local para armazenagem, locais intermediários, etc.)
· Recursos materiais existentes (tambores, latões e outros que possam ser
reutilizados)
· Quem faz a limpeza e a coleta normal do lixo, e como ela é feita
A-3. Conhecer o
mercado dos recicláveis
· Preços: podem ser observados através do boletim do CEMPRE
· Compradores: pode-se iniciar a pesquisa pela lista do CEMPRE
· Doação: uma opção para quem vai implantar a coleta seletiva é encaminhar os
materiais para associações de catadores de materiais recicláveis.
A-4. Definir o
aspecto operacional do projeto com base nos dados coletados .
Decidir :
· Se a coleta vai ser de todos os materiais ou só dos mais fáceis de
comercializar
· Se a coleta vai ser em um lugar só ou com pontos intermediários
· Quem vai fazer a coleta
· Onde vai ser estocado o material, inclusive o recolhimento com a freqüência
necessária
· Para quem vai ser vendido ou doado o material
· Como vai ser o
caminho dos recicláveis, desde o local onde é gerado até o local da estocagem
· Recursos materiais necessários
Com toda a parte
anterior definida deve-se:
· Elaborar relação de aquisições necessárias.
· Elaborar relação do que pode ser recuperado
· Elaborar relação de adaptações necessárias
A-5. Educação ambiental
.Essencial para o
sucesso do programa envolve todas as atividades de informação, sensibilização e
mobilização de todos os envolvidos.
· Listar todas as pessoas envolvidas:(moradores ,empregadas domésticas e
funcionários do condomínio)
· Definir o tipo de informação que cada
segmento deve receber.
· Determinar quais atividades elaborar
para cada um, visando atingi-lo com mais sucesso e objetivo. (cartazes,
palestras, folhetos, reuniões, festas, etc. Realizar uma variedade grande de
atividades sempre é melhor, pois atinge mais pessoas. )
· Planejar a inauguração do programa: é hora de fazer alguma comemoração,
exposição, palestra, treinamento, etc. Fazer dessa data algo marcante é algo
que vale a pena e ajuda a alcançar muito mais gente.
B -Implantação
B-1. Em função de
todos os dados levantados já se pode passar para uma previsão de quando lançar
o programa. Deve-se levar em conta todos os materiais educativos /
informativos, que precisam ser elaborados, tudo o que precisa ser comprado e /
ou adaptado, reformado.
B-2. Divisão dos
trabalhos.
.Nessa fase, como aparecem várias tarefas, contatos, que
precisam ser feitos, é muito importante dividir os afazeres. Assim, o acerto
com os sucateiros, a elaboração dos materiais educativos, a compra dos
materiais, o treinamento do pessoal de limpeza, a organização da inauguração do programa são tarefas
executadas mais facilmente com a divisão de trabalho.
B-3. Acertos finais:
.Pode-se resolver o que está pendente e finalmente, partir
para a inauguração.
B-4.
Inauguração do programa.
Esta deve ser muito
divulgada e ter sempre uma característica alegre, de festa, mas também, onde as
informações principais possam ser repassadas.
C -Manutenção
· Acompanhamento e
gerenciamento da coleta, do armazenamento, venda ou doação dos materiais.
· Levantamento das
quantidades coletadas.· Atividades contínuas de informação, sensibilização e
incentivos; importantíssimo repassar os resultados, retomar os objetivos.
Jornais, palestras, reuniões, gincanas, cartazes são instrumentos que devem ser
utilizados.
· Balanço do
andamento e resultado do programa
Todas as ações e esforços para a
implantação de um programa de coleta seletiva em condomínios, somente terão
resultados positivos se os moradores estiverem engajados no programa, pois são
eles os principais elementos do processo. Ao separarem o lixo antes do
descarte, nas classes previamente estabelecidas: latas, garrafas plásticas e de
vidro, papel e papelão, desempenham a função primordial na coleta seletiva,
viabilizando todo o processo de reciclagem tornando-se os principais agentes de
proteção ambiental e importantes colaboradores para toda uma cadeia de inserção
social alimentada pela indústria da reciclagem.
Sua participação é, portanto, a pedra angular sobre a qual será
construída uma nova sociedade, com responsabilidade no consumo, consciência
coletiva fortemente focada na questão ecológica e valores voltados para a
preservação do meio ambiente e inserção social.
SOLIDARIEDADE
SOCIAL
Para que seja implantado um programa de coleta seletiva em um condomínio
é necessária a participação de todos os moradores e uma conduta social próxima
à solidariedade mecânica estudada pelo filósofo Émile Durkheim e aqui
apresentada por Ribeiro( 2013 p.1)
Ao se
debruçar sobre o estudo da sociedade industrial do século XIX, Émile Durkheim
percebeu a importância de se compreender os fatores que explicariam a
organização social, isto é, compreender o que garantia a vida em sociedade e
uma ligação (maior ou menor) entre os homens. Chegou à conclusão de que os
laços que prenderiam os indivíduos uns aos outros nas mais diferentes
sociedades seriam dados pela solidariedade social, sem a qual não haveria uma
vida social, sendo esta solidariedade do tipo mecânica ou orgânica.
Ribeiro
(2013, p.1) explica.
Mas o
que seria a solidariedade social? Para compreendê-la é preciso levar em
consideração as ideias de consciência coletiva (ou comum) e consciência
individual, também estudadas por esse autor. Cada um de nós teria uma
consciência própria (individual) a qual teria características peculiares e, por
meio dela, tomaríamos nossas decisões e faríamos escolhas no dia a dia. A
consciência individual estaria ligada, de certo modo, à nossa personalidade.
Mas a sociedade não seria composta pela simples soma de homens, isto é, de suas
consciências individuais, mas sim pela presença de uma consciência coletiva (ou
comum). A consciência individual sofreria a influência de uma consciência
coletiva, a qual seria fruto da combinação das consciências individuais de
todos os homens ao mesmo tempo. A consciência coletiva seria responsável pela
formação de nossos valores morais, de nossos sentimentos comuns, daquilo que
temos como certo ou errado, honroso ou desonroso e, dessa forma, ela exerceria
uma pressão externa aos homens no momento de suas escolhas, em maior ou menor
grau. Ou seja, para Durkheim a consciência coletiva diria respeito aos valores
daquele grupo em que se estaria inserido enquanto indivíduo, e seria
transmitida pela vida social, de geração em geração por meio da educação, sendo
decisiva para nossa vida social. A soma da consciência individual com a
consciência coletiva formaria o ser social, o qual teria uma vida social entre
os membros do grupo.
Nos estudos
de Durkheim são descritos dois tipos de solidariedade social que surgem
da consciência coletiva e são diretamente relacionados ao grau de
desenvolvimento e de pertencimento dos indivíduos a sociedade que
representam. Nas sociedades de
organizações mais simples , como nas indígenas, prevalece a solidariedade
mecânica enquanto nas sociedades capitalistas como, por exemplo, nas grandes
cidades, prevalece a solidariedade social orgânica.
“Numa sociedade de solidariedade mecânica, o indivíduo
estaria ligado diretamente à sociedade, sendo que enquanto ser social
prevaleceria em seu comportamento sempre aquilo que é mais considerável à
consciência coletiva, e não necessariamente
seu desejo enquanto indivíduo. Conforme aponta Raymond Aron em seu livro As
etapas do pensamento sociológico (1987), nesse tipo de solidariedade
mecânica de Durkheim, a maior parte da existência do indivíduo é orientada
pelos imperativos e proibições sociais que vêm da consciência coletiva.
Segundo
Durkheim, a solidariedade do tipo mecânica depende da extensão da vida social
que a consciência coletiva (ou comum) alcança. Quanto mais forte a consciência
coletiva, maior a intensidade da solidariedade mecânica. Aliás, para o
indivíduo, seu desejo e sua vontade são o desejo e a vontade da coletividade do
grupo, o que proporciona uma maior coesão e harmonia social.
Este
sentimento estaria na base do sentimento de pertencimento a uma nação, a uma
religião, à tradição, à família, enfim, seria um tipo de sentimento que seria
encontrado em todas as consciências daquele grupo. Assim, os indivíduos não
teriam características que destacassem suas personalidades, como apontamos no
exemplo dado em relação à tribo indígena, por se tratarem de uma organização
social “mais simples”. (RIBEIRO, 2013)
Segundo
Ribeiro(2013 p.1) que o capitalismo e as divisões do trabalho deu origem ao que
Durkheim denomina solidariedade orgânica, onde ocorre um processo de
individualização dos membros da sociedade em que cada indivíduo é uma peça de
uma grande engrenagem da sociedade na qual cada um tem sua função específica
que é o que marca o seu lugar na sociedade e neste contexto a consciência
coletiva tem o seu poder de influência reduzido.
Não
há uma maior valorização daquilo que é coletivo, mas sim do que é individual,
do individualismo propriamente dito, valor essencial – como sabemos – para o
desenvolvimento do capitalismo. Contudo, apenas enquanto observação, é
importante dizer que, ainda que o imperativo social dado pela consciência
coletiva seja enfraquecido numa sociedade de solidariedade orgânica, é preciso
que este mesmo imperativo se faça presente para garantir minimamente o vínculo
entre as pessoas, por mais individualistas que sejam. Do contrário, teríamos o
fim da sociedade sem quaisquer laços de solidariedade. (RIBEIRO, 2013)
Os moradores de condomínios das grandes metrópoles por
estarem inseridos numa sociedade capitalista, moderna, agem com a consciência
coletiva caracterizada pela forma de solidariedade orgânica na qual predomina o
individualismo. Contudo, para o bem da
sociedade moderna é fundamental que a consciência coletiva seja cada vez mais
fortalecida nos condomínios, principalmente em torno das atividades voltadas
para a preservação do meio ambiente, como é o caso da coleta seletiva .
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
O presente estudo buscou explicar de forma simples o que vem
a ser a logística reversa ao apresentar suas definições, seus grupos e
subgrupos e seu papel primordial na atual gestão ambiental, em vista dos
problemas gerados pelo excessivo descarte de resíduos sólidos constituídos dos
mais diversos materiais em aterros e lixões, causando danos ao meio ambiente
além de representar enorme desperdício de matérias primas reutilizáveis e
recicláveis.
Através desse estudo
concluiu-se que o problema da geração de resíduos sólidos em virtude do
consumo, onde podemos destacar as embalagens, os produtos descartáveis, as
latas de alumínio o papel e o papelão é também uma solução para um outro
problema que é o desemprego, a informalidade e o abandono econômico social de
pessoas que obtém o seu sustento por intermédio da coleta e comercialização
desse material. Identificou-se a coleta
seletiva, sobretudo nos grandes centros urbanos como principal ferramenta capaz
de viabilizar o retorno de matérias primas recicláveis ao setor produtivo e,
tendo em vista o novo paradigma de moradias das grandes cidades, em forma de
condomínios residenciais, procurou-se enfocar a importância da implantação do
sistema de coleta seletiva nos condomínios com a participação ativa dos
moradores. Por fim ficou exposto, de
forma inconteste, a responsabilidade de todos os cidadãos pela preservação do
meio ambiente e pela valorização dos bens recicláveis como instrumentos de
geração de renda e cidadania, se não por consciência própria, pela força das
leis que constituem a nova Política
Nacional de Resíduos Sólidos.
Este estudo procurou contribuir com o início do
equacionamento das questões práticas que envolvem a logística reversa nos
grandes centros urbanos ao atribuir primeiramente aos condomínios residenciais
a grande responsabilidade pela geração de grande parte do lixo urbano e
identificar a implantação sistemática de coleta seletiva com a participação
ativa dos seus moradores em todos os condomínios como a mais importante
ferramenta a ser empregada pela sociedade nesse primeiro momento e certamente
não a única.
O equacionamento total da questão está longe de ser alcançado
em função da imensa complexidade dos diversos fatores que a envolvem, fatores
econômicos, políticos, sociais e comportamentais, que foram todos abordados
nesse trabalho, ainda que de forma sucinta, com base em pesquisa bibliográfica
de autores dessas áreas, publicados em livros, revistas acadêmicas e na
internet .
Este estudo poderá servir de base a futuros trabalhos práticos,
já que realizou uma fusão dos estudos sobre o assunto.
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